As 7 Maravilhas

Uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal

Foi com muito agrado e alguma emoção que assistiu á eleição das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, e sinceramente não me surpreendeu a eleição das duas maravilhas atribuídas aos Açores, porque realmente se no planeta Terra existem lugares paradisíacos alguns estão situados nas ilhas dos Açores.
Contrariamente à da Montanha do Pico que conheço relativamente bem, embora nunca tenha subido ao topo, a Lagoa das Sete Cidades está intimamente ligada á minha família e consequentemente marcou a minha infância e adolescência.
O primeiro pensamento, para além do júbilo, foi preservar e acima de tudo saber amar e cuidar, porque é o amor á nossa terra que nos faz criar raízes e lutar pela mesma.
Entristece-me o facto da maioria da população local não ter este princípio activo nas suas acções no quotidiano. Continuamos a assistir nas, margens de tal beleza, ao cultivo e ao pastoril.
A minha ligação ás Sete Cidades remonta aos anos 60. A inexistência de electricidade dava-lhe um encantamento maior, obrigando a um convívio mais sadio entre o homem e o meio ambiente.
À noite percorríamos as ruas da freguesia guiados pelas estrelas e pela florestação. As brincadeiras giravam em redor da natureza, da vigia dos ninhos dos pássaros, da construção de carros com carrilhos de milho.
Era nos transmitido pelos mais velhos que cada galho, planta ou animal desempenhava um papel preponderante que era necessário respeitar.
Mais tarde inconscientemente, na minha adolescência, parte destes ensinamentos foram esquecidos, quando acampava com os amigos. Respeitávamos a natureza e tirávamos dela o que nos era dado, mas no entanto cometíamos o erro de tomar banho e lavar a loiça nas águas da Lagoa.
Apelo a todos para contribuirmos construtivamente para a preservação da Lagoa das Sete Cidades, fazendo esquecer deste modo a eutrofização que a tem assolado.
Só com a acção consciente correcta e conjunta de todos nós podemos continuar a beneficiar de tal beleza.

João Freitas