Histórias da Calheta

Os atletas da Calheta

Todos nós temos boas recordações do local onde nascemos ou fomos criados, tenho na minha mente ainda memórias, de um lugar que foi sem dúvida, um marco importante na história da minha vida.
A freguesia de São Pedro embora ás portas da maior cidade dos Açores foi sempre um local com tradições, costumes e usos, parecendo uma aldeia rural, com muitas historias, boas e certamente algumas más, das recordações de infância ou juventude, aparentemente, adormecidas eternamente, surgem por vezes de forma tão clara e saudosista, como que a um convite a eterniza-las para não mais serem esquecidas, e para que isto aconteça é preciso conta-las aqui neste espaço.
A Calheta Pêro de Teive foi ao longo dos anos um local de histórias curiosas.
Numa noite eu e alguns amigos fazíamos o percurso da Rua da Fonte no volkswagen carocha do nosso amigo Cabral, quando encontramos inanimado no meio da rua um homem, reconhecemos de imediato “o caga na saca”.
Preocupados agarramos no homem e colocamos na viatura a caminho do hospital, ao chegarmos ás urgências o maqueiro de serviço ao ver quem era o suposto doente, correu connosco reclamando que era a 5ª vez que ele tinha estado no hospital naquele dia.
A outra história passou-se na Rua Eng. José Cordeiro o carocha parou perante uma perna no meio da estrada com meia e sapato. A coragem era pouca entre nós para confirmar o que se passava, mas lá foi o mais corajoso, entretanto o barulho de uma briga na rua paralela a Ladeira das Águas Quentes alertou-nos fomos ver a mesma, para nosso espanto era entre o “vedeta alemão” e um amputado.
O João Dâmaso era conhecido entre os amigos, por ser amigo do seu amigo, mas também por possuir um humor característico.
Num dia teve a brilhante ideia de organizar uma corrida com apenas uma pequena extensão de 200 metros, início no Café do Roquista e fim no Manuel Cigano, sendo os concorrentes três figuras peculiares e muito queridas na Calheta, um coxo, um deficiente motor e um idoso. Os mesmos envergavam o equipamento do Marítimo.
A referida corrida durou toda a manhã, pois todo o percurso estava devidamente apetrechado com bancadas com comes e bebes.
Estas histórias são apenas uma pequena parte de um grande reportório das minhas memórias.

João Freitas