Gelados

Sabores para todos os gostos

Esta semana o Google publicou na sua página uma notícia que dava conta do aniversário dos gelados Sundae, este fez-me recordar o impacto que os gelados tiverem na nossa infância.
A origem do gelado é muito vasta, existem várias versões, há quem diga que vem dos Árabes ou dos Chineses, ou talvez do Império Romano visto que Nero teria mandado trazer neve e gelo das montanhas e misturá-lo com frutas, o que é certo é que ninguém sabe a verdadeira origem de tão apreciada sobremesa.
O gelado hoje em dia tem muito que se diga, são marcas e mais marcas de todos os sabores e feitios, são um sem números de sabores de todos os países, e diga-se a abono da verdade que são uns melhores do que os outros e por vezes difíceis de escolher, como por exemplo as marcas de franchising dos Estados Unidos da América, Bélgica, Holanda ou Espanha.
No tempo em que me criei estas guloseimas não tinham esta projecção, não existia nem lojas da especialidade nem tanta quantidade à escolha, o que existia era somente duas opções, os gelados Esquimó ou os Bemvita o que para a nossa época era uma raridade, numa terra tão pequena como a nossa haver a boa vontade de dois empresários a produzir um produto de segunda necessidade era de aproveitar.
Hoje em dia quem me conhece sabe que sou um grande apreciador de gelados, no verão ou no inverno com sol ou com chuva quem gosta, gosta.
Mas o que realmente faz falta são os gelados que na minha infância eram vendidos pelas vizinhas da rua do Poço, a vizinha Clotilde e a Noémia ou no Cine São Pedro pelo senhor Laudalino que por escudo e meio faziam uns gelados de cacau que até hoje a minha gustação recorda, sim porque os sabores e os cheiros ficam eternamente na nossa memória.
No entanto os meus gelados favoritos eram sem duvida os da minha mãe, não só porque eram mais saborosos e não custava nada, podia comer quantos eu quisesse e a que horas fossem, bem quantos eu quisesse não era bem assim, porque se assim fosse hoje em dia estaria muito mais obeso do que sou.
Para terminar queria contar uma história que realmente me deixou agradado ao ver há poucos anos em Rabo de Peixe um grupo de miúdos com pouco mais de sete anos a comer uns gelados em copos de iogurte, ao pergunta-los que tipo de gelado era aquele a resposta foi unânime, “são iogurte frisados, a gente compra na loje e bota no frigife“ isto não tem nada de extraordinário mas ao ver aqueles miúdos que com poucos recurvos económicos não deixaram de ter o seu gelado (talvez um iogurte seja mais caro do que um gelado dos mais baratos mas enfim), leva-nos a pensar que talvez tenhamos alguma coisa a aprender com eles.

João Freitas