A Nossa Emissora

A casa onde nasceu o Emissor Regional dos Açores

Há setenta anos, os açorianos ouviam pela primeira vez a transmissão radiofónica do Emissor Regional dos Açores que mais tarde se designou por RDP/Açores e que hoje é a Antena 1 Açores.
O homem, desde sempre teve necessidade de comunicar, trocar ideias, expressar opiniões, transmitir conhecimento ou partilhar algo com o seu semelhante e assim os Açores não fugiram á regra, recorde-se o quanto a nossa região é rica em publicações de jornais, revistas e estações de rádio.
Da rádio todos nós temos boas recordações e certamente não poderíamos viver sem ela, recordo-me por exemplo os tempos em que não havia televisão, dos serões que se passava a ouvir o Emissor Regional dos Açores que carinhosamente denominavam-mos de “a nossa emissora” onde tudo se vivia desde a música, notícias, rádio novelas, relatos de futebol e de hóquei em patins, etc.
Apesar das décadas que já volveram desde o aparecimento da Antena 1 Açores, penso que a estação está cada vez mais jovem e actualizada e contínua a ter um papel fundamental na vida dos açorianos e no desenvolvimento da região.
Recordo-me dos grandes radialistas que fizeram a história da rádio nos Açores e que passaram pelo Emissor Regional dos Açores ou aqueles que ainda estão no activo, foram e são profissionais sem paralelo. Alguns dos quais eu tive o prazer de trabalhar, não na rádio mas noutros meios de comunicação social como por exemplo nos jornais Correio dos Açores ou Açoriano Oriental, onde muitos destes profissionais colaboravam.
Embora seja muito vasto o reportório das minhas recordações das transmissões da Antena 1 Açores, três marcaram a minha infância, quando o homem foi à lua, a noticia de que a Simone de Oliveira teria perdido a voz e quando o presidente do conselho do estado novo, Marcelo Caetano falava ao pais, a opinião era generalizada entre o povo, quando o presidente do conselho falava era sinal que os bens essenciais iriam subir de preço naquela semana.
Toda a minha vida estive e tive a companhia da rádio, desde os velhinhos transístor a pilhas até ao auto-rádio, ou telemóvel, que hoje ninguém dispensa.

João Freitas